Elói Pietá | Erundina versus Maluf

Qui, 21 de Junho de 2012 16:48
Elói Pietá - Conjuntura Nacional
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fonte: blog da Vereadora Eneida

“Se eu pudesse ter escolhido entre as duas opções, ficaria com Erundina na vice”
Claro que prefiro a ex-prefeita e atual deputada federal do PSB, Luiza Erundina, ao ex-prefeito e atual deputado federal do PP, Paulo Maluf. Pela história dela, sua origem pobre, nordestina, que veio construir aqui sua vida e ajudar a construir São Paulo. Decidida, inteligente, experiente, sincera, trabalhadora, uma leoa. Lutou pela democracia contra a ditadura militar. Priorizou sempre os mais pobres. Uma vida sempre de hábitos modestos. Como deputada e prefeita de São Paulo amealhou apenas os poucos bens que seu salário permitia. É um exemplo de ética na política.
Maluf, por sua vez, é um empresário rico, inteligente, que começou sua trajetória política como biônico, prefeito e depois governador, nomeado pela ditadura. Foi um administrador de grandes obras, agradando ao gosto popular, apesar de não ser exemplo no tema ético.
Sua relação com o dinheiro público nunca foi transparente, é cheia de desconfianças e de contradições entre o que dele é dito e o que diz de si.
Houve época em que o malufismo disputava a hegemonia com o MDB no Estado. Tanto que Maluf tentou chegar, ainda com o peso dos militares, à Presidência da República na eleição indireta de 1985. Perdeu para a aliança nacional em que estavam antigos colegas seus da Arena e o MDB. Venceu depois duas eleições de prefeito na capital, a dele e a de Celso Pitta. Posteriormente o malufismo entrou em descenso, e o seu partido, o PP, tornou-se parecido com outros partidos médios como o PR e o PTB, sem pretensões de dirigir um projeto nacional.
Nesta última fase, seu partido passou a fazer parte da base aliada no Congresso Nacional no governo Lula e a dirigir o Ministério das Cidades, onde tem ministro até hoje.
Recentemente, Maluf aliou-se ao governo Alckmin, do PSDB, e indicou o presidente da CDHU. Quando, em decorrência disso, foi chamado e esperado para apoiar a candidatura a prefeito de Serra, preferiu reforçar a presença do PP no Ministério das Cidades e apoiar a candidatura de Haddad, do PT, que ganha assim também mais tempo de TV.
Veio então a reação de Erundina, que terminou abdicando de ocupar a candidatura de vice-prefeita de Haddad, embora continue a apoiá-lo.
Se eu pudesse ter escolhido entre as duas opções, eu ficaria com Erundina na vice. Pelo seu passado, pelos símbolos que ela representa, pela identidade que tenho com ela.
Mas, os acontecimentos foram tão rápidos, que os fatos consumados se precipitaram. O PP não irá ocupar a vaga de vice-prefeito da candidatura do PT. Ela ficará com outro partido aliado. E mais uma vez em São Paulo vamos para a disputa entre as duas alternativas, PSDB e PT, que substituíram a antiga luta entre o malufismo e o PMDB.

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